segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Instinto de mãe


Este texto fez-me lembrar de minha história, quando tudo começou em minha vida, ou seja, quando minha mãe teve certeza da minha doença.
Aos doze anos começou a crise, dores na virilha, de rolar na cama de dor. O médico dizia que era fase de crescimento. Até que os joelhos começaram a inchar, assim como minhas mãos. Logo, minha mãe disse: "a doença estava voltando" (tive a artrite reumatóide com um ano de idade e com três anos a doença estabilizou). Minha mãe foi taxada de louca. Meu pai resistente na aceitação. Lembro que um dia encontrei minha mãe chorando sozinha. Esta cena nunca saiu da minha cabeça. Perguntei, mas ela disse que não era nada.
Então, ela lutou sozinha porque sequer dividiu sua angústia comigo, para que eu não sofresse, é claro.
Ela exigiu que o médico fizesse o exame de reumatismo. No começo ele foi resistente, mas com o tempo, com a imposição de minha mãe, pediu o exame. E, aqui estou eu... com artrite reumatóide.
Foi o instinto materno que descobriu.
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Caro leitor,
Encontrei o excelente site “Testado pela mamãe” e o recomendo. O reflexivo texto abaixo, foi escrito por Renata Coelho.
Título complexo, mas é realmente sobre esse assunto que eu quero falar, a confiança da mulher no instinto materno que ela tem com certeza.
Sincera e verdadeiramente falando, algo sempre me disse, eu sempre desconfiei demais que a Sarah não fosse uma criança 100% normal do ponto de vista do seu desenvolvimento.
Eu sempre achei que ela demorava demais para aprender coisas que as outras crianças praticamente nasciam sabendo.
Ela nunca esteve completamente dentro dos marcos de desenvolvimento, sempre existiu uma coisinha ou outra que não acontecia no tempo certo, que não encaixava.
E meu instinto materno me dizia que aquilo não era normal, que tinha algo errado ali.
Porém o fato dela ter nascido super gordinha (4.160kgs) fazia com que eu tivesse a falsa idéia que as dificuldades dela eram devido ao peso, na verdade era quase uma desculpa que eu dava para mim mesma. E deixei de seguir meu instinto diversas vezes para acreditar em diagnósticos de pessoas que diziam: “tem criança mais lenta mesmo, ela é gordinha vai demorar pra fazer tudo, conheço uma criança que só sentou com um ano de idade e só andou depois dos dois, minha filha só falou com três anos…”.
E muitas vezes devido a isso eu negligenciei (inconscientemente, claro!) um tratamento mais precoce para minha filha e devido a essa experiência quero alertar você mamãe que desconfia que algo esteja errado com seu filho mas tem receio de contrariar as pessoas que insistem em dizer que seu filho não tem nada, que é coisa da sua cabeça.
Mãe, se você desconfia de algo, investigue! Não importa se o Papa está dizendo que seu filho não tem nada, vá atrás se você acha que algo não está indo bem como deveria, procure especialistas, faça exames, certifique-se, tenha certeza que tudo está certo, porque seu poder de observação e conhecimento do filho que tem é mais eficiente que qualquer ressonância magnética de última geração.
Não fique em casa esperando melhorar, porque algumas doenças neurológicas tem um prazo máximo para evitar comprometimentos neurológicos permanentes, como é o caso da Síndrome de West que se passados mais de dois meses do início das crises, é uma sentença de que a criança terá seqüelas permanentes e talvez muito graves, portanto quanto antes o tratamento começar, maiores são as chances dele dar resultados satisfatórios, talvez não possibilite uma cura definitiva, mas evite seqüelas irreversíveis.
instinto maternoÉ normal na família as pessoas não aceitarem a doença e até mesmo te chamarem de louca de pedra por estar desconfiando de uma coisinha tão pequena e sem importância. Mas vá em frente se você está enxergando algo, tem coisas que só as mães são capazes de ver nos seus filhos.
Eu demorei um pouco para procurar ajuda, muito também devido a um pediatra despreparado que cuidava da Sarah e que me disse numa certa ligação que fiz para relatar os sintomas que ela vinha apresentando, que eu era neurótica, coisa de mãe de primeira viagem. Então vocês imaginam como ficou minha cabeça: O pediatra que a acompanhava dizendo que não era nada, minha mãe concordando comigo e achando que ela tinha algo grave, meu pai e outros parentes achando que não, que aquilo ia passar. Ainda bem que eu segui os meus instintos  e levei ela ao médico, senão não sei o que teria sido, talvez minha filha nem estivesse mais aqui porque ela estava sujeita a ter uma crise convulsiva grave que talvez não permitisse nem socorro a tempo.
O que eu quero dizer com tudo isso? Confie em você, no que você sente e vê, esqueça opiniões alheias, na maioria das vezes elas só atrapalham. Leve seu filho ao médico sempre que desconfiar de algo, a distância entre a cura e a impossibilidade dela pode estar na rapidez do diagnóstico, não negligencie nunca um sintoma estranho.
Não gosto nem de pensar no que teria sido da minha pequena se eu não tivesse escutado meu coração.
Quando a criança já nasce com um problema aparente é outro caso, mas quando nasce perfeita, se desenvolve bem e de repente tem um problema desses a sensibilidade dos que estão a volta é fundamental para encontrar uma solução a tempo para o problema.
Espero que tudo o que eu disse aqui sirva de alerta e salve vidas.
Até a próxima!

Fonte: http://www.deficienteciente.com.br/2011/10/o-instinto-materno-e-a-descoberta-de-um-problema-com-o-bebe.html