segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Centro Tecnológico das Apaes



Inovação e cidadania

Evaldo Ferreira Vilela
Secretário-adjunto de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais
Publicação: 10/10/2011 04:00

Como registrado aqui no artigo “Ajuda aos excepcionais” (Opinião, 01/10/2011), foi criado em Minas um Centro de Capacitação nas Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) juntamente com o Centro de Tecnologias Assistivas. Esse é um importante passo em colaboração com o governo de Minas, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que instalou também uma Incubadora de Empresas de Tecnologias Assistivas em Pará de Minas, em parceria com o renomado Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). Importante complementar que se trata de uma incubadora pioneira no país, que, por meio do Inatel, vai aportar conhecimento e tecnologias para a criação de empresas, produtos e processos inovadores e acessíveis aos brasileiros portadores de necessidades especiais, possibilitando a melhoria da qualidade de suas vidas. 

É muito relevante induzir o crescimento da indústria mineira e nacional dedicada ao desenvolvimento de materiais, aparelhos, equipamentos, programas de computador e uma infinidade de outras inovações, que, por serem quase todos importados, são caros ou de difícil acesso aos que deles necessitam. O Brasil quase não produz peças e equipamentos essenciais para muitos daqueles que são cuidados, por exemplo, pelas Apaes. Mas temos competência e criatividade para fazê-lo, só nos faltando criar ambientes, como o da recém-criada incubadora, em Centros de Tecnologias Assistivas.

O incentivo à inovação e ao empreendedorismo no estado se completa agora com a geração e aplicação de conhecimentos para a solução de problemas sociais enfrentados no país. Minas tem apoiado a competitividade da nossa indústria e do agronegócio, em parceria estreita com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e da Agricultura (Faemg), para fazer frente à globalização, com políticas públicas consistentes, como o Sistema Mineiro de Inovação (Simi), parte do Programa Mineiro de Desenvolvimento Integrado. São investimentos da ordem de R$1 bilhão nos últimos cinco anos, muitos deles incentivados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) em apoio às pesquisas científicas e tecnológicas e aos ambientes de inovação, como incubadoras de base tecnológica, centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e parques tecnológicos.

A criação da incubadora associada às Apaes vai incentivar jovens pesquisadores e empresários, assim como atrair e reter empresas inovadoras, para empreendimentos rentáveis, capazes de substituir importações, criando aqui renda e empregos tecnológicos em área fundamental para o pleno exercício da cidadania. Minas busca assim agregar valor, por meio da inovação tecnológica, não apenas para retornar ao produtor mais do que o pequeno percentual do preço (por exemplo, do minério ou do café, já que mais de 90% têm ficado com quem os compra e os processa), mas também para dar respostas na área social, de modo pioneiro e se inserindo definitivamente na chamada economia do conhecimento.
Fonte:http://impresso.em.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2011/10/10/interna_opiniao,9820/inovacao-e-cidadania.shtml