sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O abacaxi da Previdência


Todos estamos vendo o que está acontecendo em outros países com suas previdências. O caos está começando no Brasil, mesmo porque sabemos que a proporção é aumentar significativamente o número de pessoas idosas no Brasil.Podemos começar as mudanças em pequenos detalhes, mas que somado faz uma grande diferença, ou seja, aumenta o buraco que está sendo formado na previdência. Vamos começar pela aposentadoria compulsória dos juízes, recebem uma "sanção" por descumprirem normas da magistratura.E as aposentadorias dos servidores. Ora, pelo que saiba, servidor público não recebe o suficiente para ser um milionário, mas ganha o suficiente para se ter uma vida digna, porém, não é isto que observamos. É preciso mais fiscalização para estas pessoas e não prejudicar ainda mais os trabalhadores deste Brasil, que fazem do nosso país um país em desenvolvimento para ao se aposentar receber uma miséria, ou seja, não possuindo dignidade para sobreviver.É preciso dignidade para viver e não sobreviver.


Nada justifica adiamento da votação do fundo dos funcionários

Publicação: 09/12/2011 04:00
Tem razão o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, que, ao participar de debate no plenário da Câmara dos Deputados, em que discutiu quarta-feira o projeto de criação do Fundo de Previdência Complementar do Serviço Público (Fumpresp), chamou a atenção dos parlamentares para o perigo que o país corre de, dentro de alguns anos, não conseguir mais pagar as aposentadorias. Garibaldi voltou a usar o termo “abacaxi” para se referir ao impasse vivido pelas contas da Previdência, cada vez mais longe do equilíbrio entre a arrecadação e os pagamentos, situação que se agrava a cada ano. O ministro lembrou a situação dramática vivida atualmente pelo novo governo da Itália, que está sendo obrigado a fazer cortes drásticos em seus gastos e reformas emergenciais, inclusive na previdência, devendo reduzir os benefícios e ampliar a idade mínima para o trabalhador se aposentar, hoje de 65 anos.

O impasse total da Previdência no Brasil é, segundo Garibaldi, uma tragédia anunciada, caso o país insista em não enfrentar com seriedade e eficácia o problema. De fato, as reformas previdênciárias têm sido pífias e movidas a passos de tartaruga. Desde a criação do chamado fator previdenciário, no governo de Fernando Henrique Cardoso, mecanismo que reduz o benefício quando o trabalhador se aposenta antes dos 65 anos (60, se mulher), praticamente nada mais se fez. O ex-presidente Lula chegou a criar uma comissão especial para preparar uma reforma de peso, mas ele próprio tratou de desfazer essa iniciativa, temendo desgaste político. Restou de seu governo apenas um projeto que cria o Fumpresp, abrindo o caminho para acabar com o absurdo regime especial que faz dos servidores públicos da União uma casta de privilegiados no país das aposentadorias miseráveis. É que esses funcionários se aposentam com os vencimentos integrais e, pior ainda, seus benefícios são automaticamente corrigidos no mesmo percentual dos aumentos dados ao pessoal da ativa.

O saldo dessa injustiça contra os trabalhadores da iniciativa privada (pagos pelo INSS, conforme o Regime Geral de Previdência) é que, enquanto os gastos com os 29 milhões de comuns dos mortais aposentados vão superar a arrecadação do INSS em R$ 43 bilhões (déficit previsto para 2011), o rombo provocado pelas aposentadorias de apenas 950 mil inativos federais vai muito além, devendo fechar este ano em R$ 57 bilhões a serem espetados no Tesouro Nacional. A solução encontrada foi a de limitar as aposentadorias dos futuros barnabés ao teto do INSS e pagar a diferença por meio de um fundo para o qual contribuiriam o funcionário e seu patrão, o governo. Apesar de sua indiscutível obviedade e do interesse do governo Dilma Rousseff de dar fim a esse privilégio pago com o dinheiro do povo, o projeto enfrenta resistências localizadas nos partidos que se dizem representantes das corporações de servidores federais. É certo que um dos pilares da democracia é o respeito às minorias. Mas ao contribuinte que carrega pesada carga de impostos parece muito clara a distinção entre minoria e privilégio.

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